Transplante de fígado no Brasil
Transplante de fígado no Brasil

Transplante de fígado no Brasil

O transplante de fígado é a remoção cirúrgica de um órgão saudável, proveniente de um doador em morte cerebral, que em seguida é transferido para uma pessoa cujo fígado já não funciona mais. Esse procedimento é o mais comum e é conhecido como transplante hepático cadavérico.

 

 Em um menor número de casos é retirado parte do fígado de uma pessoa saudável e posteriormente transplantado para a pessoa doente, procedimento conhecido como transplante hepático intervivos. O transplante de fígado é o segundo tipo mais comum de transplante de órgãos. Neste artigo vamos falar sobre o processo de transplante de fígado no Brasil. 

 

A maioria dos receptores são pessoas portadoras de  cirrose hepática causada por diversas causas. As mais comuns são: a infecção pelo vírus da hepatite C, pelo vírus da hepatite B, bebidas alcoólicas, esteatose hepática, doenças metabólicas e doenças autoimunes. 

 

Os portadores de cirrose pelo alcoolismo podem receber um transplante quando abandonam a ingestão de bebidas alcoólicas em caráter definitivo. O transplante de fígado também pode ser realizado para portadores de câncer de fígado em estágio inicial. 

 

O processo do transplante de fígado no Brasil

Inicialmente, o paciente identificado como um candidato ao transplante deve passar por uma avaliação para determinar se atende aos requisitos de elegibilidade para entrar na  fila de espera.

 

Como cada caso tem sua especificidade e a avaliação de elegibilidade também é importante para determinar a prioridade e a urgência. 

 

Os objetivos do processo de avaliação são: 

 

  • Em indivíduos portadores de cirrose hepática, verificar a gravidade da doença e se o transplante é necessário;
  • Avaliar se o paciente tem condições clínicas de suportar o procedimento cirúrgico;
  • Se o paciente está disposto a tomar os medicamentos pós-transplante por tempo indeterminado.

 

Uma vez atendendo todos os requisitos para entrar na fila de espera, o paciente é listado. A ordem na fila de espera é determinada de acordo com a gravidade da doença. Ou seja, os pacientes em condições mais graves e com maior risco de morte enquanto esperam um órgão são transplantados primeiro.  Apesar disso, existem casos de óbito de pacientes enquanto aguardam um  fígado compatível. 

 

A maioria dos fígados doados vêm de pessoas com morte cerebral. Nessa situação o tecido cerebral apresenta perda irreversível da sua função, mas o coração continua batendo. O tipo de sangue e o tamanho do fígado do doador precisam ser compatíveis com o do receptor. 

 

A cirurgia de transplante de fígado

O processo se inicia com a cirurgia de captação de órgãos no doador em morte cerebral. O fígado é removido e acondicionado em um recipiente contendo uma solução de preservação especial que evita danos ao órgão enquanto ele não é implantado no receptor. 

A cirurgia no receptor se inicia com a remoção do fígado cirrótico. Esse é um momento crítico da cirurgia devido à possibilidade de perda sanguínea. O fígado do doador é então implantado pela conexão de diversos vasos sanguíneos e do ducto biliar. O tempo de duração da cirurgia é de seis a 12 horas. A internação hospitalar varia de sete dias a várias semanas, especialmente nos casos em que ocorrem alguma complicação. 

Medicamentos para inibir o sistema imunológico, como corticosteróides, são iniciados no dia do transplante. Estes medicamentos ajudam a reduzir o risco de o receptor rejeitar o fígado transplantado. 

 

Algumas complicações podem ocorrer após a cirurgia. Pode haver o mau funcionamento do fígado, hemorragia, coágulos de sangue podem bloquear os vasos sanguíneos e a bile pode vazar dos canais biliares. 

 

Apesar disso, o percentual de receptores de transplante hepático que sobrevivem é de 86 a 90% em 1 ano, de 79% em 3 anos, e de 73% em 5 anos. Esses índices de sobrevida são muito bons, especialmente se considerarmos que pessoas que necessitam de um transplante apresentam elevado risco de óbito caso o mesmo não seja realizado. 

 

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