Transplante de fígado entenda como é feito
Transplante de fígado entenda como é feito

Transplante de fígado entenda como é feito

Transplante de fígado entenda como é feito. O fígado é o órgão central quando o assunto é desintoxicação do corpo humano. 

 

É um órgão capaz de se regenerar (seu tecido pode se renovar mesmo após danos). Quando esta função é perturbada, o corpo é inundado por toxinas e substâncias, até o momento em que elas não são mais produzidas – a chamada insuficiência hepática. A principal causa de insuficiência hepática é a cirrose. Essa é uma doença gravíssima, da qual o fígado não consegue se regenerar. Notada tardiamente porque o fígado pode inicialmente compensar qualquer perda de função por si só, a cirrose hepática pode ser fatal.

 

O transplante de fígado é a única alternativa de tratamento para os portadores de cirrose hepática. Os principais motivos que causam a cirrose são o consumo abusivo de bebidas alcoólicas e as hepatites virais. 

 

Hoje vou explicar como é feito o transplante de fígado e o motivo pelo quais os pacientes sempre devem se preparar com grande antecedência para o procedimento.

Como é feito o transplante de fígado

Antes do transplante, é importante uma avaliação para determinar se o paciente atende aos requisitos de elegibilidade da fila de espera. Cada caso é diferente, por isso, a avaliação de elegibilidade é importante para determinar a situação, prioridade e urgência. 

 

Os objetivos do processo de avaliação são: 

 

  • verificar se a cirrose hepática encontra-se em uma fase em que o transplante é necessário;
  • avaliar se o paciente tem condições clínicas de suportar o procedimento cirúrgico; 
  • se é portador de qualquer condição médica que possa interferir no sucesso do transplante; 
  • se o paciente está disposto e é capaz de  tomar os medicamentos pós-transplante por toda a vida;
  • se está disposto a seguir as orientações da equipe de transplante. 

 

Testes, procedimentos e consultas específicas normalmente são realizados:  

 

 

  • exames laboratoriais, como exames de sangue e urina para avaliar a saúde dos órgãos, incluindo o fígado; 
  • exames de imagem, como um ultrassom do fígado; 
  • testes cardíacos para determinar a saúde do sistema cardiovascular; 
  • um exame geral de saúde, incluindo testes para rastreamento de câncer, com o objetivo de avaliar a saúde geral e verificar se há outras doenças que possam afetar o sucesso do transplante; 

 

 

A avaliação também pode incluir: 

 

 

  • aconselhamento nutricional com nutricionistas que avaliam a dieta e fazem recomendações sobre como planejar refeições saudáveis antes e depois do transplante; 
  • avaliação psicológica para avaliar e tratar quaisquer problemas subjacentes como depressão ou ansiedade, e determinar se o paciente compreende totalmente os riscos de um transplante de fígado;
  • aconselhamento sobre dependência química para auxiliar pacientes com problemas relacionados ao consumo de álcool, drogas ou tabaco; 

 

 

Assim que esses exames e consultas forem concluídos, o comitê médico se reúne para discutir a situação, determinando se o transplante de fígado é o melhor tratamento.  

 

Se a resposta for positiva, o paciente é inserido na lista de espera para o transplante de fígado.

Lista de espera

Os médicos responsáveis usarão os resultados dos testes de função hepática e outros fatores para avaliar a gravidade da doença, a urgência do transplante e o lugar na lista de espera. 

 

A prioridade na lista de espera para transplante é determinada por dois sistemas de pontuação chamados Modelo de Doença Hepática em Estágio Final (MELD), para adultos, e Doença Hepática em Estágio Final Pediátrico (PELD), para crianças menores de 12 anos. 

 

Eles são calculados através de uma fórmula específica e os valores podem variar de 6 a 40. Os scores estimam o risco de morte em 90 dias sem um transplante. Uma pontuação MELD alta indica a necessidade urgente de um transplante. Conforme os órgãos de doadores falecidos se tornam disponíveis, eles são alocados para os pacientes com maior pontuação. 

 

Além disso, outras situações extremamente graves, como a insuficiência hepática aguda,  estão isentos do sistema de priorização de órgãos de doadores com base no MELD e podem ser colocados em uma posição mais elevada na lista de espera para transplante.

Esperando por um novo fígado

A espera por um fígado pode variar muito. Algumas pessoas esperam dias, enquanto outras esperam meses ou podem nunca receber o fígado de um doador falecido. Durante a espera por um novo fígado, o médico tratará das complicações da cirrose hepática.. 

 

As complicações da cirrose hepática em estágio terminal são graves e pode ser necessária a hospitalização frequente. Se o fígado deteriorar, a pontuação MELD é atualizada. 

Doadores vivos de fígado 

Os transplantes de fígado de doador vivo são feitos utilizando uma parte do fígado de uma pessoa viva e saudável. Eles representam uma pequena porcentagem dos transplantes de fígado a cada ano. Os transplantes de fígado de doador vivo foram inicialmente usados para crianças que precisavam de um transplante de fígado porque órgãos adequados de doadores falecidos eram escassos devido à compatibilidade de tamanho. Agora, também é uma opção para adultos com doença hepática em estágio terminal.

 

Os transplantes de fígado de doador vivo permitem que o receptor do órgão evite possíveis complicações de saúde decorrentes da espera por um transplante. O primeiro passo é identificar um doador vivo, saudável e capaz de se submeter com segurança a um grande procedimento cirúrgico. A idade do doador, o tipo de sangue e o tamanho do órgão também são considerações críticas para determinar se o doador é compatível. 

 

A maioria dos doadores de fígado vivos são parentes próximos ou amigos do candidato ao transplante de fígado. 

 

Os transplantes de doadores vivos apresentam bons resultados, assim como os transplantes de fígado de doadores falecidos. Mas encontrar um doador pode ser difícil. Os doadores vivos de fígado passam por uma extensa avaliação para garantir que são compatíveis com o receptor do órgão e para avaliar sua saúde física e mental. A cirurgia também traz riscos significativos para o doador. 

Transplante de fígado dominó 

Outro tipo menos comum de transplante de fígado é chamado de transplante de fígado dominó.  Em um transplante de fígado dominó, o paciente recebe um fígado de um doador vivo que tem uma doença chamada amiloidose familiar. A amiloidose familiar é um distúrbio muito raro no qual uma proteína anormal se acumula e eventualmente danifica os órgãos internos do corpo. 

 

O paciente com amiloidose familiar recebe um transplante de doador falecido para tratar sua condição. Então, o fígado do paciente com amiloidose é utilizado em um outro paciente portador de cirrose hepática, em um transplante de fígado dominó. Esse fígado ainda funciona bem. O receptor pode eventualmente desenvolver sintomas de amiloidose, mas isso normalmente demora décadas.  

 

Geralmente são selecionados receptores com com 55 anos ou mais e dos quais não se espera que desenvolvam sintomas antes do final de sua expectativa de vida natural. Após o transplante, os médicos irão monitorá-lo quanto a sinais da doença. 

 

Manter-se saudável

Durante a espera por uma doação de fígado o paciente deve trabalhar para se manter saudável. Ser saudável e tão ativo quanto possível pode aumentar a probabilidade de estar pronto para a cirurgia de transplante quando chegar a hora. 

 

Outros fatores importantes são:

 

  • seguir as diretrizes de dieta e de exercícios; 
  • manter todos os compromissos relacionados à equipe de saúde; 
  • manter-se envolvido em atividades saudáveis, incluindo relaxar e passar tempo com a família e amigos;
  • tomar os medicamentos prescritos. 

 

O paciente deve ficar em contato com a equipe médica e informar sobre quaisquer mudanças significativas em sua saúde. A equipe médica deve poder entrar em contato rapidamente se um doador for disponibilizado. 

Durante o procedimento

Transplante de fígado de doador falecido 

Se o paciente for notificado de que um fígado de um doador falecido está disponível, ele deverá comparecer ao hospital imediatamente. A equipe médica irá interná-lo no hospital e  submetê-lo a um exame para verificar se está saudável o suficiente para a cirurgia. A cirurgia de transplante de fígado é feita com anestesia geral, portanto, o paciente será sedado durante o procedimento. 

 

É feita uma longa incisão no abdômen para acessar o fígado. A localização e o tamanho da incisão variam de acordo com a abordagem do cirurgião e a anatomia própria do paciente.

 

O cirurgião remove o fígado doente e insere o fígado do doador. Em seguida, conecta os vasos sanguíneos e ductos biliares ao fígado do doador. A cirurgia pode demorar até 12 horas, dependendo da situação. Assim que o novo fígado estiver no lugar, o cirurgião usará pontos ou grampos para fechar a incisão cirúrgica. 

 

Em seguida, o paciente é levado para a UTI para iniciar a recuperação. 

Transplante de fígado de doador vivo

Nos casos de transplante de fígado de um doador vivo, a cirurgia será agendada com antecedência. 

 

Inicialmente, o doador é operado e a parte do fígado a ser doada é removida. Em seguida, o fígado doente é removido do receptor e a porção doada do fígado é inserida no mesmo local. Na sequência, os vasos sanguíneos e ductos biliares são conectados ao novo fígado.

A porção do fígado transplantado e a porção residual no corpo do doador se regeneram rapidamente, atingindo o volume normal em algumas semanas.  

Após o procedimento 

Depois de um transplante de fígado

Após o transplante de fígado, o paciente  pode esperar: 

 

 

  • Internação na UTI por alguns dias. Médicos e enfermeiras monitoram a condição  clínica para detectar sinais de complicações. A função hepática é testada com frequência para avaliar o funcionamento do novo fígado; 
  • No mínimo cinco a 10 dias no hospital. Quando estiver compensado, o paciente é encaminhado ao quarto  para continuar a recuperação; 
  • Check-ups frequentes durante a recuperação em casa. A equipe médica estabelece um cronograma de check-up. Ele é frequente no início e, depois,  menos frequente com o passar do tempo. 
  • Medicamentos para o resto da vida. O paciente toma vários medicamentos após o transplante de fígado, muitos deles pelo resto da vida. Os medicamentos chamados imunossupressores ajudam a impedir que o sistema imunológico rejeite o novo fígado.  Outros medicamentos ajudam a reduzir o risco de outras complicações após o transplante. 

 

 

O período de recuperação pode chegar até seis meses ou mais. É possível retomar as atividades normais ou voltar ao trabalho alguns meses após a cirurgia. 

 

O tempo de recuperação depende da condição geral do  paciente antes do transplante de fígado.

 

Ficou com alguma dúvida? Entre em contato com o Dr Alexandre

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