Saiba mais sobre cirrose hepática e como tratar
No dia 18 de Fevereiro é lembrado o Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo, uma importante data acerca da conscientização do consumo de bebidas alcoólicas e as consequências físicas e mentais deste vício que atinge cerca de 3% da população brasileira acima de 15 anos. Entre as principais doenças subsequentes ao alcoolismo está a Cirrose Hepática, causa de mortalidade de 7, 89 a cada 100 mil habitantes por ano no país. Continue a leitura e saiba mais.
A relação entre o álcool e a cirrose hepática está muito bem estabelecida na literatura médica. Cerca de 30% dos casos de cirrose são causados pelo alcoolismo. Como esclarecimento é importante ressaltar que outras situações também podem causar a cirrose, como: as infecções virais; os metais tóxicos como o ferro e o cobre, que acumulam no fígado devido a doenças genéticas; o acúmulo de gordura hepática ou esteatose e a hepatite auto-imune, em que o sistema imunológico do organismo reage contra o fígado.
Na cirrose, existe um dano às células hepáticas normais que são substituídas progressivamente por tecido cicatricial. As células remanescentes saudáveis se multiplicam na tentativa de substituir as células acometidas. Isso resulta em grupos de células hepáticas recém-formadas (nódulos regenerativos) dentro do tecido cicatricial.
Como existe significativa redução do tecido normal do órgão ele não consegue realizar as suas funções e pode entrar em falência. As principais consequências são a redução da produção de proteínas, a falha na manutenção dos níveis normais de açúcar no sangue, dificuldades no metabolismo do colesterol, do álcool, de alguns medicamentos, entre outras.
Além disso, a cirrose prejudica a passagem do sangue pelo órgão. A maior parte do sangue que irriga o fígado é oriundo de órgãos do trato digestório. Na presença de cirrose esse sangue fica acumulado sob alta pressão nesses órgãos podendo gerar problemas como o aumento do seu tamanho, sangramentos e varizes.
Sintomas
Durante muito tempo, a doença pode existir sem apresentar algum sintoma. Quando mais avançada, eles podem ser:
- Náuseas
- Vômitos
- Perda de peso
- Dor abdominal
- Constipação
- Fadiga
- Fígado aumentado
- Olhos e pele amarelados (icterícia)
- Urina escura
- Perda de cabelo
- Inchaço (principalmente nas pernas)
- Presença de líquido no abdômen
- Alterações cerebrais provocadas pelo mau funcionamento do fígado
Tratamento
A cirrose hepática não tem cura e os tratamentos disponíveis visam evitar a progressão da doença e o controle dos sintomas.
No caso de cirrose alcoólica, a principal medida para evitar a progressão da doença é a parada total da ingestão de bebidas alcoólicas. Na maioria dos casos isso não é fácil, sendo necessário apoio psicológico e psiquiátrico.
O controle dos sintomas pode ser realizado com diuréticos para atenuar o inchaço do corpo, medicamentos que reduzem a pressão do sangue nos órgãos abdominais para prevenir as hemorragias, medicamentos para reduzir ou prevenir os sintomas decorrentes do acometimento cerebral. A endoscopia pode auxiliar na conduta frente aos sangramentos digestivos. A dieta também é importante e visa atenuar os efeitos negativos da alimentação sobre o fígado. Esta dieta restringe o consumo de sal, substituindo o condimento por alternativas como a salsa ou limão. Os alimentos também devem ser ricos em fibras e pobre em proteínas. A alimentação deve, ainda, ser livre de qualquer elemento que possa prejudicar o fígado. Nisso podemos incluir as drogas, chás e, acima de tudo, as bebidas alcoólicas.
Nos casos em que há progressão da doença existe alto risco de morte e piora significativa da qualidade de vida. Nessas situações o único tratamento disponível é o transplante de fígado.
Por isso, evite o uso abusivo de álcool. Quer saber mais sobre doenças do aparelho digestivo? Acesse meu blog e saiba mais!